Pesquisadores franceses anunciam cura funcional de 14 adultos portadores do vírus HIV
Há duas semanas, foi anunciado o mesmo resultado com um bebê; em ambos os casos, intervenção precoce foi chave
Duas semanas após a divulgação do primeiro caso de cura
funcional do vírus HIV, em um bebê nos Estados Unidos, um grupo de
pesquisadores franceses do Instituto Pasteur, em Paris, afirma, em um artigo
publicado na revista “PLoS
Pathogens,” que o mesmo ocorreu com 14 adultos infectados – eles ainda
carregam vestígios insignificantes do vírus, causador da Aids, mas não
apresentam mais seus sintomas.
A chave para esse resultado se deve, segundo os pesquisadores, ao início do tratamento
o mais cedo possível após ser contraída a infecção.
Os adultos passaram a ser monitorados quando começaram a receber medicamentos
antirretrovirais em até dez semanas após terem sido infectados. Eles obtiveram
o diagnóstico precoce pois foram ao hospital tratar de outros problemas, e o
vírus foi detectado no sangue. Cerca de três anos e meio depois, os pacientes
interromperam o tratamento – os remédios foram retirados sob supervisão médica.
O vírus continua no sangue dos pacientes, mas em níveis tão baixos e quase
indetectáveis que o sistema imunológico do organismo está em condições de
controlá-lo sem qualquer necessidade de tratamento antiretroviral,
Normalmente, quando o tratamento é suspenso, o vírus retorna. Mas isto não
ocorreu com este grupo de pacientes. Alguns deles têm conseguido controlar os
níveis de HIV durante uma década.
O pesquisador Asier Sáez-Cirión, do Instituto Pasteur, adverte que o tratamento
rápido não funciona para todos, mas o novo estudo reforça a conclusão de que a
intervenção precoce é importante. "A maioria dos indivíduos que segue o
mesmo tratamento não vai controlar a infecção, mas alguns poucos irão",
afirmou.
O tratamento precoce pode limitar o número de esconderijos inacessíveis do HIV
no organismo. Mas os pesquisadores afirmam que ainda não foi esclarecido porque
apenas alguns pacientes conseguiram a cura funcional.
Segundo Saez-Cirion, ao se atacar o vírus logo depois da infecção, entre 5% e
15% dos pacientes podem ter a cura funcional. "Eles ainda têm o HIV, não é
uma erradicação do vírus, é um tipo de remissão da infecção", disse.
No dia 3 de março, uma equipe de virologistas dos Estados Unidos anunciou o
primeiro caso de cura funcional da Aids, envolvendo uma menina que nasceu com o
HIV transmitido pela mãe. A criança tem hoje dois anos e meio e não toma o
medicamento há cerca de um ano, sem sinais de infecção.
Ela foi tratada com medicamentos antirretrovirais cerca de 30 horas após seu
nascimento. Durante a gestação, a mãe não foi tratada contra a Aids. Com 29
dias de vida, a presença do vírus ficou indetectável. Os exames realizados
posteriormente não revelaram a presença do HIV no sangue da menina.
Obs. óbvia porém necessária do dono do blog: enquanto as curas não se confirmam, a prevenção ainda é a melhor opção!