Fim das sacolas plásticas nos supermercados. A quem favorecerá  essa mentira ecológica?
do leitor 
Roberto Monico Junior, via e-mail
Originalmente postato em 
viomundo.com.br 
Governos estaduais e várias prefeituras já determinaram que os  supermercados, a partir de 2012, não poderão oferecer a sacola plástica a  seus clientes. Mas, por trás dessa história existe um lobby, que não é  do conhecimento de quem facilmente comprou essa idéia. Eu também  desconheço qual seja o lobby, muito menos o lobista, mas ele existe, é  bem poderoso e persuasivo.
  
É obvio que a sacola plástica fica no ambiente por muitos anos e  é  de difícil degradação, mas não é um poluente perigoso, tóxico e via de  regra, vai para os aterros sanitários. Mas vamos aos pontos que  demostram a falácia da medida:
Acabar com a sacola plástica nos supermercados e demais comércios,  não freará a demanda por esse tipo de produto, que será comprado pela  população para acondicionar o lixo doméstico (o povo será penalizado,  tirando a sacolinha do próprio bolso) – pois é essa a principal  destinação do produto e, a coleta de lixo, pelo que eu saiba, não mudará  e voltará para a situação anterior, quando o lixo era entregue à coleta  em baldes e latões;
Substituir a sacolinha plástica por caixas de papelão nos  supermercados é um tiro no pé da reciclagem de papel – o povo não recebe  dos governos equipamentos para depósito de produtos recicláveis nem  existe um trabalho de conscientização para a reciclagem, assim, a caixa  de papelão vai para a casa do consumidor sem a certeza de reciclagem,  com maior risco de se deteriorar e virar simplesmente lixo, o que no  supermercado não ocorre nunca;
Substituir a sacolinha plástica por sacos de papel ou caixas de  papelão aumentará a demanda por papel e novas plantações de eucalipto  surgirão – o eucalipto acaba com a água do solo e degrada a terra  agriculturável, avançando sobre as áreas de produção de alimentos;
Fazer diminiuir o lixo jogado nas ruas, inclusive as sacolinhas, é um  trabalho de Educação Ambiental e não são elas que causam enchentes,  como afirmam governos e meios de comunicação, mas a falta de  investimentos, políticas públicas equivocadas e outros fatores que não  cabem aqui ser discutidos.
Mesmo que toda a população compre sacolas de pano ou ráfia, ou use o  saco de papel ou a caixa de papelão, a demanda por sacolinhas plásticas  continuará  firme e forte. Falta resolver a questão do acondicionamento  do lixo e por isso essa medida propalada  como ecológica se torna uma  falácia total, pois fará aumentar a demanda por papel, truncará a  reciclagem desse produto e as sacolinhas continuarão a existir para o  armazenamento do lixo. Estranho não!?
E no rastro dessa medida insólita de se acabar com a sacolinha  plástica, os governos estaduais e municipais não resolveram a questão da  armazenagem do lixo, não fizeram nenhum trabalho de educação ou  conscientização para a melhoria ambiental. E o ambiente de fato não vai  melhorar, pois será ainda mais pressionado com a medida. Tudo muito  estranho.

E mais estranho ainda é que as questões importantes relacionadas à  poluição ambiental, as quais realmente devem ser tratadas e resolvidas,  não o são. Os rios de São Paulo, por exemplo, continuam sendo os esgotos  negros a céu aberto que fazem a Região Metropolitana feder. As chaminés  de determinadas empresas, em dias nublados e na calada da noite, jogam  intensa fumaça branca nos céus e os órgãos de fiscalização se fingem de  mortos. Isso só para começar.
E por último, os penalizados com o fim da sacolinha serão o  consumidor e o ambiente. Estranho, não? Para um político, essa seria uma  medida impopular que não geraria dividendos políticos, mas eles foram  com muita sede ao pote para aprovar o falso fim da sacolinha. Qual será o  lobby? Quem será o lobista? Há algo de muito estranho no ar.
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